sexta-feira, 31 de outubro de 2025

O Culto Verdadeiro: A Fé "Morta" e a Fé "Viva" segundo a Doutrina Tomista

Toda a economia da salvação, desde a Antiga até a Nova Aliança, gira em torno de uma questão fundamental: o que é o “culto verdadeiro”? Quando São Paulo, em sua Epístola aos Romanos (9,4), lista os privilégios de Israel, ele menciona “o culto” (latreia). Este era o culto revelado por Deus, composto de sacrifícios e ritos no Templo — uma sombra e figura da realidade vindoura.

A realidade, como ensinam os Doutores da Igreja, é o único sacrifício perfeito de Cristo na Cruz. Este é o único “culto perfeito”.

Surge, então, a questão para o fiel: como participamos deste culto? Basta “ter fé em Jesus”? Para responder a isso, a precisão escolástica de Santo Tomás de Aquino é indispensável. Ele nos ensina a distinguir entre uma fé que apenas “conhece” e uma fé que “vive” — a diferença entre a fé morta e a fé viva.

sábado, 25 de outubro de 2025

A Oração Perfeita: Desvendando o Pai Nosso com Santo Tomás de Aquino

Na vasta tradição intelectual e espiritual da Igreja Católica, poucas figuras se equiparam ao Doutor Angélico. Quando Santo Tomás de Aquino, o farol da filosofia tomista, se debruça sobre a oração, ele o faz com a precisão de um metafísico e a piedade de um santo. Em sua análise da Oração Dominical, o Pai Nosso, ele não vê apenas uma fórmula devocional, mas a própria arquitetura da vida espiritual. Para Aquino, o Pai Nosso é, objetivamente, a oração mais perfeita que existe. Mas por quê?

Este artigo mergulha na mente de Santo Tomás para dissecar, verso por verso, a profundidade teológica e filosófica contida nas sete petições que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou. Descobriremos como esta oração não é apenas um pedido, mas um tratado completo sobre como ordenar corretamente nossos desejos, nossas prioridades e nossa existência inteira em direção a Deus.

Viver no Espírito: A Chave Tomista para Superar a "Lei da Carne" e Finalmente Dar Frutos

A experiência humana universal é marcada por uma tensão fundamental. O Apóstolo São Paulo a descreveu com maestria: o desejo de aderir ao Bem, à Verdade e à Beleza, e a frustrante realidade de nossa inclinação ao que é inferior, ao que nos degrada. Esta é a batalha entre o que ele chama de “carne” e “Espírito”. Frequentemente, a alma se percebe como uma figueira plantada em boa terra, que recebe sol e chuva, mas que, vergonhosamente, permanece estéril. A pergunta que ecoa pela história da salvação é: “Por que não produzo frutos?”.

A síntese da sabedoria divina, encontrada na Epístola aos Romanos (Rm 8,1-11) e na Parábola da Figueira Estéril (São Lucas 13,1-9), oferece não apenas um diagnóstico, mas a cura definitiva. Sob a ótica de Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, “viver no Espírito” não é um vago sentimento piedoso; é uma realidade ontológica, uma transformação metafísica da alma que resolve o dilema da figueira infrutífera. Este artigo disseca, sob a luz tomista, como a graça do Espírito Santo é a resposta para a esterilidade da “carne”.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Nulidade Matrimonial: Quando a Conspiração (Caso Goodwin) Revela um Vício de Consentimento

O caso a que nos referimos é o de Victoria Goodwin, ex-esposa de Aaron Goodwin, conhecido pelo programa de TV “Ghost Adventures”. Em 2025, Victoria foi presa por acusações de conspiração para cometer assassinato e solicitação de assassinato contra o próprio marido.

As investigações revelaram que ela havia conspirado com um presidiário da Flórida, Grant Amato, com quem trocava correspondência. Victoria teria enviado milhares de dólares (descritos por Aaron como quase todas as suas economias) a associados do presidiário e fornecido a localização de Aaron para que o assassinato fosse executado.

Posteriormente, Victoria Goodwin declarou-se culpada da acusação de conspiração. Como resultado, ela foi condenada a uma pena de prisão de 36 a 90 meses (3 a 7,5 anos). Aaron Goodwin, que pediu o divórcio, testemunhou durante a sentença, afirmando que “nunca mais se sentirá seguro”.

A Prisão do Último Centavo: Por que o Evangelho (São Lucas 12,54-59) Aponta para o Purgatório e a Urgência da Conversão

A liturgia diária, na sua sabedoria milenar, frequentemente nos confronta com a realidade da nossa própria existência de forma crua e sem paliativos. O Evangelho proposto (São Lucas 12, 54-59) é um exemplo primoroso dessa pedagogia divina. Nele, Nosso Senhor Jesus Cristo, após admoestar a multidão por saber interpretar o tempo meteorológico mas não o “tempo presente”, encerra com uma parábola jurídica aparentemente simples: a necessidade de se reconciliar com o adversário a caminho do tribunal. Caso contrário, adverte o Mestre, o juiz o entregará ao guarda, e este o lançará “na cadeia”, de onde “não sairás, enquanto não pagares o último centavo” (São Lucas 12, 59).

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

"Escravos da Justiça": O Que São Paulo Realmente Quis Dizer em Romanos 6? (Uma Análise Tomista)

“Escravos da Justiça”: O Que São Paulo Realmente Quis Dizer em Romanos 6? (Uma Análise Tomista)

A linguagem humana, por mais rica que seja, frequentemente tropeça ao tentar descrever as realidades divinas. O Apóstolo São Paulo, mestre da retórica e gigante da teologia, sabia disso melhor do que ninguém. Em sua Carta aos Romanos, ao tentar explicar a transformação radical operada pelo Batismo, ele cunha uma expressão que pode soar paradoxal ao ouvido moderno: “Agora, porém, libertados do pecado, e como escravos de Deus, frutificais para a santidade até à vida eterna” (Rm 6,22).

A confusão se instala no versículo 19, onde ele opõe a escravidão à “impureza” e à “desordem moral” à nova servidão: “ofereceis vossos membros ao serviço da justiça, em vista da vossa santificação”. O que, afinal, é essa “justiça” (dikaiosynē, em grego) à qual devemos nos escravizar?

terça-feira, 14 de outubro de 2025

O Caso Padre Luciano Braga Simplício: O que Santo Tomás e Lefebvre Diriam da Traição no Altar?

As notícias correm como fogo em palha seca nos tempos digitais, e poucas chamas ardem com tanto vigor quanto as que consomem a reputação de um sacerdote. O recente e lamentável vídeo do Padre Luciano Braga Simplício flagrado em situação de pecado com a noiva de um fiel é mais do que uma mera fofoca para consumo rápido; é um espinho cravado no Corpo Místico de Cristo, uma ferida que sangra e causa perplexidade nos fiéis. Diante deste escândalo, a reação inicial pode ser de raiva, decepção ou até mesmo de um cinismo que corrói a fé. Contudo, para não naufragarmos no superficial, devemos buscar luz na perene sabedoria da Igreja, personificada na mente brilhante de Santo Tomás de Aquino e na coragem profética de Dom Marcel Lefebvre. O que eles nos diriam sobre este triste episódio?

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Tomista, dedico-me ao estudo da Filosofia, que pela luz natural da razão nos eleva ao conhecimento das primeiras causas, e da Teologia, a ciência sagrada que, iluminada pela Revelação, a aperfeiçoa e a ordena ao seu verdadeiro fim. Ambas as ciências são para mim os instrumentos para buscar a Verdade subsistente, que é Deus, o fim último para o qual o homem foi criado.

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