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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

A Prisão do Último Centavo: Por que o Evangelho (São Lucas 12,54-59) Aponta para o Purgatório e a Urgência da Conversão

A liturgia diária, na sua sabedoria milenar, frequentemente nos confronta com a realidade da nossa própria existência de forma crua e sem paliativos. O Evangelho proposto (São Lucas 12, 54-59) é um exemplo primoroso dessa pedagogia divina. Nele, Nosso Senhor Jesus Cristo, após admoestar a multidão por saber interpretar o tempo meteorológico mas não o “tempo presente”, encerra com uma parábola jurídica aparentemente simples: a necessidade de se reconciliar com o adversário a caminho do tribunal. Caso contrário, adverte o Mestre, o juiz o entregará ao guarda, e este o lançará “na cadeia”, de onde “não sairás, enquanto não pagares o último centavo” (São Lucas 12, 59).

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

A Humildade Esquecida: Por Que o Maior no Reino dos Céus é Aquele que Se Faz Criança (Análise Tomista)

A humildade não é uma virtude opcional para o cristão; é a própria porta de entrada para o Reino dos Céus. Esta verdade, radicalmente contrária à lógica do mundo moderno, é o cerne do ensinamento de Jesus no Evangelho de Mateus (Mt 18, 1-5.10). Quando os discípulos, imbuídos de uma ambição terrena, perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?”, Cristo respondeu com um ato que é o mais puro ensinamento de filosofia e teologia: chamou uma criança e a colocou no centro. Para se tornar grande aos olhos de Deus, é preciso, paradoxalmente, “fazer-se como criança”. Longe de ser um chamado ao infantilismo ou à imaturidade, esta passagem é uma profunda lição sobre o estado espiritual da alma, que a Filosofia Tomista e o pensamento de Santo Agostinho souberam decifrar com maestria. Este artigo desvenda por que a humildade da criança, segundo o pensamento dos Doutores da Igreja, é a virtude mais necessária para o peregrino em busca da salvação.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

O Fim dos Tempos é Pessoal: Como a Vigilância Para a Vinda de Cristo Prepara Você Para a Morte

 

Quando ouvimos sobre o “fim dos tempos” ou a “Segunda Vinda de Cristo”, nossa mente tende a voar para imagens grandiosas e cósmicas: céus se abrindo, anjos soando trombetas e um julgamento universal da humanidade. Contudo, a sabedoria milenar da Igreja Católica nos convida a uma interpretação mais íntima e urgente. A exortação de Cristo à vigilância para a Parusia é, em sua aplicação espiritual mais direta, um chamado profundo à preparação para o momento da nossa própria morte.

Essa perspectiva não diminui a realidade da vinda gloriosa de Cristo, mas a enraíza em nossa existência cotidiana. Para cada um de nós, o fim da vida terrena é, de fato, o nosso “fim dos tempos” particular. É o instante em que o tempo de merecer se encerra e nos apresentamos diante do Senhor para o Juízo Particular. A incerteza do “dia e da hora”, portanto, aplica-se com igual força ao fim da história e ao fim da nossa jornada pessoal. Vamos mergulhar nas Escrituras e na Tradição para compreender como essa vigilância escatológica se torna a sabedoria para viver e morrer bem.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

A 'Massa Damnata' de Santo Agostinho: Pecado Original, Graça e as Penas do Inferno

Santo Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), um dos mais influentes Doutores da Igreja, moldou profundamente a compreensão ocidental sobre pecado, graça e salvação. Em seus escritos, ele combateu fortemente heresias como o Maniqueísmo e, especialmente, o Pelagianismo, e articulou doutrinas cruciais sobre a condição humana após a Queda.

Central para essa compreensão agostiniana é o conceito de "massa damnata" (massa condenada), que descreve o estado coletivo da humanidade após o pecado original. Este post explorará o significado da massa damnata e as duas principais consequências para aqueles que morrem sem a graça de Deus, segundo essa visão: a pena de dano (poena damni) e a pena de sentido (poena sensus).

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Tomista, dedico-me ao estudo da Filosofia, que pela luz natural da razão nos eleva ao conhecimento das primeiras causas, e da Teologia, a ciência sagrada que, iluminada pela Revelação, a aperfeiçoa e a ordena ao seu verdadeiro fim. Ambas as ciências são para mim os instrumentos para buscar a Verdade subsistente, que é Deus, o fim último para o qual o homem foi criado.

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