A experiência humana universal é marcada por uma tensão fundamental. O Apóstolo São Paulo a descreveu com maestria: o desejo de aderir ao Bem, à Verdade e à Beleza, e a frustrante realidade de nossa inclinação ao que é inferior, ao que nos degrada. Esta é a batalha entre o que ele chama de “carne” e “Espírito”. Frequentemente, a alma se percebe como uma figueira plantada em boa terra, que recebe sol e chuva, mas que, vergonhosamente, permanece estéril. A pergunta que ecoa pela história da salvação é: “Por que não produzo frutos?”.
A síntese da sabedoria divina, encontrada na Epístola aos Romanos (Rm 8,1-11) e na Parábola da Figueira Estéril (São Lucas 13,1-9), oferece não apenas um diagnóstico, mas a cura definitiva. Sob a ótica de Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, “viver no Espírito” não é um vago sentimento piedoso; é uma realidade ontológica, uma transformação metafísica da alma que resolve o dilema da figueira infrutífera. Este artigo disseca, sob a luz tomista, como a graça do Espírito Santo é a resposta para a esterilidade da “carne”.

